Prefeitos e representantes de sete cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte se reuniram nesta sexta-feira, dia 24, com o prefeito da capital, Alexandre Kalil (PHS), para discutir as consequências da retomada de voos de grande porte para o Aeroporto da Pampulha. A medida vem causando apreensão em 13 municípios da Grande BH que dependem da arrecadação gerada pelo terminal internacional em Confins, também na região metropolitana.
“Ninguém é contra a Pampulha. O que a gente quer é que o aeroporto (de Confins) se consolide para que efetivamente a gente tenha dois aeroportos aptos a prestar um bom serviço em Minas Gerais”, disse o prefeito de Lagoa Santa e presidente da Associação dos Municípios do Entorno do Aeroporto de Confins, Rogerio Avelar (PPS).
No dia 25 de outubro, o governo federal revogou uma portaria que limitava as operações no terminal. Agora, o terminal poderá voltar a operar também voos domésticos de longa distância.
Os prefeitos decidiram que uma análise será feita antes da consolidação dos voos no Aeroporto da Pampulha. “O mais importante é que a gente chegou a um consenso que seriam necessários trinta dias de prazo para uma avaliação técnica de forma tal que não inviabilize os voos em Confins”, disse o prefeito. Este prazo será solicitado ao Ministério dos Transportes, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
O vice-presidente da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, deputado Diego Andrade (PSD), que também esteve na reunião, disse que o objetivo é fazer com que os dois aeroportos sejam valorizados.
“O que ficou claro, para todos, é que os prefeitos do Vetor Norte não querem inviabilizar o Aeroporto da Pampulha e que o prefeito Alexandre Kalil não tem a intenção de inviabilizar o Aeroporto de Confins. O aspecto mais positivo da reunião é que vamos unir forças para chegarmos à dosagem adequada. Por exemplo, à medida que voos nacionais sejam transferidos para a Pampulha, que o Aeroporto de Confins seja compensado com mais voos internacionais”, disse.
No dia 21 de novembro, moradores da Região da Pampulha, em Belo Horizonte, e empresários criticaram a retomada dos voos durante reunião promovida pela Associação dos Desenvolvedores do Vetor Norte (AV Norte).
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil, seis companhias aéreas estão interessadas em estender suas rotas para o local. As mais demandadas são Brasília, Rio de Janeiro, Vitória, São Paulo e Goiânia. O início das operações dependerá das companhias receberem autorização da Anac.
A Prefeitura de Belo Horizonte mantém posicionamento favorável à ampliação de voos no Aeroporto da Pampulha, devido a sua importância para o desenvolvimento econômico da cidade e para a geração de empregos.
Segundo a Infraero, que administra o aeroporto, o terminal já está preparado para receber os voos de maior porte.
Ação
A concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na região metropolitana, a BH Airport, entrou com uma ação no Superior Tribunal de Justiça contra a portaria do Ministério dos Transportes. Ela disse que a concorrência entre os dois aeroportos vai gerar prejuízo a concessionaria e aos passageiros.