Coluna Mulher – 09.07.2023 – Igualdade salarial entre mulheres e homens

  “Todas as manhãs ela  deixa os sonhos na cama,  acorda e põe sua roupa   de viver.”

 Por Viviane França(*)

Na última semana o Presidente Lula sancionou a lei 14.611/23 conhecida como a lei da igualdade salarial entre mulheres e homens, que trouxe alterações importantes a CLT.

Diferentes dispositivos legais abordam a questão da igualdade de gênero, além das convenções internacionais. No Brasil, a Constituição de 1988 já prevê a equiparação salarial entre mulheres e homens. A CLT de 1943 já trazia dispositivos de proteção ao trabalho da mulher, sendo que no ano de 1999, a CLT sofreu uma alteração importante que proibiu que vagas de trabalho fossem anunciadas com referência ao sexo ou, que trouxessem o sexo como determinante para fins remuneratórios.

Ocorre que, comprovadamente a realidade brasileira é outra. Diferente da administração pública que tem instrumentos consolidados de equiparação salarial para mulheres e homens como o concurso público (com algumas ressalvas), igualdade salarial entre cargos em comissão de gestão ou de assessoramento independente do sexo, portal da transparência, nas empresas privadas a realidade é muito diferente. Os índices apontam que, além das mulheres ganharem menos que os homens no exercício de funções idênticas, estão em condições de trabalho muito desiguais.

Segundo pesquisa do PNAD de 2019, a renda recebida por mulheres representa em média 77,7% do rendimento recebido por homens. Entre as categorias ocupacionais, a menor diferença está nos cargos de direção, onde os salários das mulheres correspondem a 61,9% do salário dos homens, e estes são os menos ocupados por nós. Entre profissionais das ciências, intelectuais, os nossos salários correspondem a 63,6% do salário deles.

Neste sentido a lei 14.611 traz alterações importantes. O que acrescenta?

A nova lei altera a CLT nas medidas de fiscalização, transparência e promoção da igualdade entre mulheres e homens.

Fiscalização: será intensificada nas empresas além da previsão de criação de canais exclusivos de denuncia a respeito da discriminação salarial entre mulheres e homens. As multas para o descumprimento da lei estão mais rígidas a título de valores, além da possibilidade expressa da indenização moral para a mulher prejudicada.

Transparência: as empresas devem estabelecer mecanismos que permitam a transparência salarial permitindo assim que as próprias trabalhadoras fiscalizem os salários recebidos pelos homens no exercício da mesma função. As empresas com mais de 100 empregados passam a ser obrigadas a fornecer relatórios salariais por semestres que apontarão também, a proporção de cargos de direção ocupados por mulheres e homens.

Na promoção a igualdade: as empresas passam a ser obrigadas a implementar programas de promoção da igualdade entre mulheres e homens, e medidas que promovam a capacitação das mulheres.

Avançamos mais nas regras jurídicas, indo ao encontro dos objetivos da Agenda 2030 da ONU que prevê entre as metas a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres. Ocorre que, a situação real aponta para o principal hoje: o cumprimento real das leis que altera a situação das mulheres no mercado de trabalho.

Somos organizadas, competentes, humanas e antes de tudo somos, a todo tempo, as protagonistas da nossa história e das mudanças históricas que são parte das lutas diárias que travamos numa sociedade machista e patriarcal. Portanto falar, denunciar, não se calar será mais uma vez um dos principais instrumentos de eficácia dessa nova lei para o início de uma mudança real no mercado e nas condições de trabalho de todas nós.

(*) Mulher, Advogada, Pesquisadora, Mestre em Direito Público, Especialista em Ciências Penais, autora do livro Democracia Participativa e Planejamento Estatal: o exemplo do plano plurianual no município de Contagem. Secretária de Defesa Social de Contagem/MG, Sócia do França e Grossi Advogados.

No Giro da Bola com Ivan Marques (Japão) – 16.10.022 – ‘Em dois giros’

Giro 1

Como era de se esperar e não poderia ser diferente, o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), da Liga Desportiva de Contagem, corrigiu seu erro ao pedir revisão do processo envolvendo a equipe do Darci Vargas no jogo contra o Farroupilha que terminou em 1 x 1.

No primeiro julgamento houve algumas falhas de comunicação entre o Departamento Técnico e o procurador do TJD. Como o relator do processo percebeu erros, pediu corretamente o pedido de revisão do processo e novo julgamento aconteceu na última terça-feira, dia 11.

Com informações corretas, o TJD pôde julgar os fatos que levaram o clube as barras do Tribunal. Ficou apurado que houve erro do clube e não do Departamento Técnico da Liga, sendo o clube punido pela perda de quatro pontos, mas ficando livre do rebaixamento para o módulo 1 no ano que vem.

Com isso, ficou comprovado que o TJD não preocupa em punir os clubes deliberadamente e que sirva para os dirigentes perceberem que a Liga atua de forma correta sem o intuito de prejudicar qualquer clube e não irá acobertar erros de ninguém.

Como a Liga está procurando corrigir seus erros, a diretoria da entidade também espera que os dirigentes dos clubes sejam mais profissionais em seus atos e composturas. O próximo passo da entidade será na revisão do julgamento envolvendo o Estrelinha, devido ao erro de sua diretoria em não inscrever seus atletas em tempo hábil para o campeonato da Especial. Ficou evidente que o TJD da Liga passou despercebido por vários problemas e erros que acabaram por beneficiar o clube, causando revolta aos outros participantes da competição. Foram erros grotescos cometidos pela Junta Julgadora do TJD e o processo foi encaminhado para Instância Superior do Tribunal da Federação Mineira de Futebol (FMF), que irá julgar novamente o processo.

No Giro 2

Muitas reclamações a respeito das arbitragens dos campeonatos da Liga tanto da Divisão Especial quanto aos Módulos 1 e 2. É preciso que os dirigentes tenham paciência e colaborem com os mesmos. Todos são sabedores que a bola ficou parada por mais de dois anos devido a pandemia da Covid-19 e muitos árbitros estão fora de forma física e técnica e precisam de tempo para se recuperarem. E não serão com críticas contra seus trabalhos que irão melhorar.

A Liga não teve tempo de preparar um curso preparatório para os árbitros, mas são honestos e só precisam de tempo para aprimorar. Portanto, a Liga pede aos dirigentes que tenham paciência e prevê que, no ano que vem, muitas coisas irão melhorar com a participação de todos.

Saudações!!!