Aplicativo feito pela UFMG indicará as condições de frutas e legumes

Escolher uma fruta ou um legume no supermercado somente pelo tato ou aroma pode ficar no passado. Aplicativo em desenvolvimento no Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG, em Montes Claros, no Norte de Minas, promete revelar a qualidade dos alimentos na tela do celular, apenas por meio de uma foto. A expectativa é a de que a tecnologia esteja disponível em até dois anos para download em smartphones.

As primeiras informações dão conta de que, ao registrar a imagem com a câmera do aparelho, o consumidor terá acesso às condições do produto: se está verde, maduro, bom ou ruim. Tudo será armazenado em um banco de dados. A ferramenta promete até 95% de precisão.

A iniciativa começou a ser desenvolvida por um grupo de cientistas em 2012, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo. Ela foi baseada em um projeto de secagem de uvas para a produção de vinhos e sucos integrais. Há três anos, o professor Rodolpho Tinini adaptou a ideia para que características de vegetais in natura pudessem ser avaliadas.

Nesse período, e acompanhado por outros pesquisadores, Tinini realizou vários testes até chegar a um modelo compatível do sistema. Segundo ele, a plataforma consegue evidenciar a cor, acidez ou quantidade de açúcar do produto.

Validade 

O aplicativo também indicará em quantos dias o alimento ficará impróprio para o consumo. Nesses casos, porém, o índice de segurança das informações pode variar, já que há legumes e frutas que não apresentam mudanças de cor quando maduros.

“Trabalhamos com informações a partir das colorações captadas pela câmera. É mais difícil mensurar o amadurecimento de alguns alimentos que não sofrem alterações nesse processo”, frisou Wigberto Spagnol, pós-doutorando da Unicamp e parceiro de Rodolpho Tinini nos estudos.

Produtores

A proposta também é avanço para quem comercializa os produtos agrícolas, frisa Barbara Janet Teruel Mederos, integrante do grupo de pesquisa. “O produtor poderá avaliar quais lotes deve priorizar na venda, de acordo com o tempo de vida útil dos alimentos”.

O aplicativo poderá ajudar na redução das perdas de frutas e legumes, afirma Wigberto Spagnol. “Acreditamos que poderá chegar a 15% com a análise mais de perto dos produtos”.

Parceria

O projeto já foi publicado em uma revista científica internacional. Agora, os idealizadores buscam parceiros para viabilizar o aplicativo. A expectativa é a de que redes de supermercados financiem a ideia, podendo oferecer a funcionalidade com exclusividade aos consumidores. “Seria uma forma de fidelizar os clientes, que até poderão comprar com descontos produtos que já estejam com prazo de vencimento próximo”, disse Rodolpho Tinini.

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