Contagem registra maior queda de violência dos últimos 13 anos

Foto Divulgação

Redução de homicídios, roubos e outros crimes é relacionada com trabalho conjunto da Guarda Civil com as polícias Militar e Civil

O comerciante Antonio Cunha, conhecido como Toninho do cachorro quente, vende seus sanduíches há 30 anos na praça Presidente Tancredo Neves, em frente à Prefeitura de Contagem. Ele já ouviu muitos relatos de violência na área de lazer. Mas, segundo Toninho, as pessoas estão se sentindo mais seguras no local. Resultado da intensificação do policiamento ostensivo em toda a cidade, com a atuação conjunta da Guarda Civil com as polícias Militar e Civil.

Os números comprovam o sentimento manifestado por Toninho do cachorro quente. Dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) apontam, por exemplo, que a taxa de homicídios reduziu 53,2% em abril deste ano, na comparação com o mesmo período de 2018. Em relação aos roubos consumados, a redução foi de 26,5%. As estatísticas são do Observatório de Segurança Pública Cidadã – Registro de Eventos de Defesa Social (Reds).

Dados do 18º Batalhão da Polícia Militar, um dos responsáveis pelo policiamento em Contagem, também apontam queda da violência. Os crimes violentos (homicídio, roubo, estupro, extorsão mediante sequestro, sequestro e cárcere privado) reduziram 22,8% no primeiro trimestre de 2019, na comparação com janeiro a março do ano passado.

“Melhorou demais, ficou muito bom. A presença das forças policiais aumenta a sensação de segurança e afasta a bandidagem. No dia 7 de maio completo 30 anos aqui na praça Tancredo Neves. Tinha muito assalto, roubo de carro e tráfico de drogas, mas esse quadro mudou”, comemora Toninho do cachorro quente.

O secretário Municipal de Defesa Social, Décio Camargos, ressalta que não era registrada queda tão acentuada dos índices de criminalidade em Contagem há mais de dez anos. “A atuação conjunta fez com que esses índices despencassem, o que não ocorria desde 2006, segundo relatos da Polícia Militar”, afirma.

O comandante da Guarda Civil de Contagem, Levi Sampaio, também destaca o trabalho integrado das forças de segurança. “Isso possibilita a atuação com funções preventivas, neutralizando situações que poderiam se tornar crimes com a presença de agentes junto à comunidade”, diz.

O artesão Luciano Moreira – Foto Newton de Castro

Capacitação para dar mais proteção às pessoas
O artesão Luciano Moreira, morador do bairro Bela Vista, transforma garrafas pet em objetos decorativos, de utilidade e em brinquedos. Ele sofreu uma tentativa de assalto em 2017. De lá para cá, com as forças policiais instaladas em pontos estratégicos, Luciano sente mais segurança ao transitar pela cidade. “Não ouço mais as pessoas dizendo que estão com medo, como antes”.

Desde o início de 2017, a Prefeitura de Contagem vem investindo na Guarda Civil, que dispõe atualmente de um efetivo com cerca de 420 servidores, dos quais 54 foram incorporados em julho de 2018. Os agentes atuam nas escolas, equipamentos de saúde, praças, repartições públicas e nos principais corredores comerciais da cidade.

O Policiamento Comunitário Escolar percorre mais de 130 escolas. Criado em 2018, o Grupamento de Rondas Ostensivas Municipais (Romu) atua em situações de maior complexidade. Há um mês, quatro bases móveis reforçam o patrulhamento nas vias públicas.

O comandante Levi Sampaio destaca que o Programa Base Comunitária é pioneiro em Minas Gerais entre as forças municipais de segurança. Os veículos foram adquiridos pela Prefeitura, vans que estão sendo equipadas com computadores e câmeras de vídeo com capacidade de registrar imagens em 360 graus a até três quilômetros de distância. Paralelamente, a Administração Municipal vem melhorando a iluminação com instalação de lâmpadas de LED.

A Guarda Civil conta com cães treinados para no combate à criminalidade, como na localização de drogas. Está em curso o processo de aquisição de mais 86 armas de fogo para a corporação. Hoje, 50% do efetivo já usa armamento. “Para termos nossa tropa inteira armada é preciso fazer com que todos os guardas passem por um curso, para que possam ter o porte. Mas, para aqueles que já têm o porte, nós acreditamos que ainda neste primeiro semestre já tenhamos todos com as suas respectivas armas”, ressalta o secretário de Defesa Social, Décio Camargos.

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