Os 7 pecados capitais do poupador brasileiro

Segundo diz a tradição da Igreja Católica, o conceito de “pecados capitais” surgiu no quarto século, ensinado pelo monge grego Evrágio, que defendia que havia um conjunto de erros que alimentavam todos os outros erros humanos. E acabou sendo assimilado pela cultura popular para se referir a atitudes viciadas que “condenam” as pessoas. Não seria exagero dizer que o brasileiro também é refém de alguns “pecados capitais” que o impedem de ter uma relação racional e próspera com o dinheiro.
Segundo especialistas, historicamente, o brasileiro aprendeu que é mais vantajoso “livrar-se” do dinheiro do que poupar. Na época de inflação forte, nos anos 1990, o dinheiro tinha pouca representatividade na mão das pessoas. A partir dos anos 2000 com a melhoria de nossa economia, as pessoas foram incentivadas a adquirir bens e consumir. Hoje, temos uma dúvida bastante grande sobre o que pode acontecer com a Previdência e novamente o brasileiro se depara com sua falta de cultura de poupar.
Assim, sete “pecados capitais” são cometidos historicamente pelos poupadores brasileiros. Confira se você se reconhece na lista abaixo e arrependa-se enquanto é tempo:
n Pecado 1: Investir só depois de pagar as contas – Com tantas contas e compromissos, não sobrou dinheiro para poupar. A solução é encarar a poupança como mais uma das contas fixas do orçamento doméstico e investir religiosamente o valor definido antes de iniciar o pagamento das contas.
n Pecado 2: Acomodar-se com a “segurança” da Poupança – Hoje há opções de investimento com a mesma segurança do Fundo Garantidor de Créditos e com rentabilidade muito melhores. Há opções de investimentos em renda fixa, por exemplo, com a mesma liquidez diária e com taxa pré-definida da Poupança, mas com rentabilidade melhor.
n Pecado 3: Consumir sem planejamento – A receita básica de qualquer orçamento, gastar menos do que ganha. Uma tabela do Excel, um programa específico ou os bons e velhos cadernos e caneta podem ajudar a perceber onde é possível cortar e como distribuir melhor as entradas para que os objetivos a curto, médio e longo prazos sejam atingidos.
n Pecado 4: Achar que um salário maior é a solução – Pode parecer incrível, mas quem trabalha com orientação financeira de famílias está repleto de exemplos de pessoas afogadas em dívidas mesmo com salários de cinco dígitos, bem como a trabalhadores com salários muito menores e com as contas em dia. Seja seu salário de R$ 3.000 ou R$ 30.000, vale a mesma regra: gastar menos do que ganha. E isso só se faz com planejamento, atenção aos gastos traiçoeiros (como lazer, restaurantes e táxis) e controle rigoroso com dívidas, financiamentos e uso do cartão de crédito.
n Pecado 5: Colocar “todos os ovos em um único cesto” – Todo investimento tem vantagens e desvantagens. Por isso, os especialistas são unânimes em recomendar a diversificação de investimentos. Evidentemente, os investimentos mais conservadores (como os de renda fixa) são mais recomendados para quem tem pouco a arriscar. Mas mesmo grandes investidores têm seus portos seguros: o ex-candidato à presidência, João Amoedo, declarou em 2018 que mais da metade de seu patrimônio (51,2%) está investido em renda fixa; 28,3% em participação em empresas e apenas 13% em renda variável. Um bom exemplo para o investidor comum.
n Pecado 6: Sacar antecipadamente investimentos de longo prazo – Um detalhe comum de ser esquecido na hora de investir é o horizonte de aplicação do dinheiro – em outras palavras, o tempo pelo qual você pode deixar a quantia rendendo, sem mexer nela. Investimentos de alta liquidez são aqueles que permitem o saque ou a venda a qualquer momento – esses funcionam bem como reservas de emergência. Outros, de baixa liquidez, podem oferecer rentabilidade melhor. O “pecado”, neste caso é o investidor sacar o investimento antes do prazo acordado, pagando multa e literalmente perdendo dinheiro. Isso requer planejamento a curto, médio e longo prazo.
n Pecado 7: Não se informar, nem buscar conhecimento a respeito do mercado – Por último, há o pecado que se relaciona com todos os seis anteriores: a desinformação. O universo financeiro é dinâmico e suscetível à movimentação política e macroeconômica. Mesmo os investimentos prefixados, de forma indireta, são influenciados por essas variações. Quem não conhece o básico sobre economia e não fica de olho nas principais novidades do mercado corre o risco de ser levado pela conversa do gerente do banco, pagando taxas desnecessárias, comprando produtos que não precisa e colocando o dinheiro em investimentos inadequados.

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