Por Simone Sucupira
Fotógrafa e artista autora série de desenhos “Cidade do Tempo”
A história de Joquebede pesquisada
Joquebede é uma grande inspiração para mim, como mulher e como mãe.
Ela nasceu em um tempo complicado e complexo. E para conseguir cumprir o seu dever como cidadã e como mãe amorosa, ela se reinventou e usou sua criatividade na busca de uma solução.
E nem me espanta que tenha conseguido tão difícil e tão sublime tarefa, já que o motivo que a impulsionava era o amor… Ah, o amor… O Amor de Mãe, assim mesmo, com letra maiúscula, com todos os louros que ele merece!
A história de Joquebede aconteceu no Egito, numa época em que os faraós temiam o futuro de sua nação. A perspectiva de que o povo hebraico crescesse numericamente e assim conseguisse conquistar poder era um risco para os tais líderes egípcios. Por isso, foi criada uma lei que estabelecia que todos os bebês do sexo masculino que nascessem deveriam ser mortos. As mães deveriam jogar os seus filhos no Rio Nilo.
Joquebede já tinha dois filhos, um menino e uma menina em sua próxima gestação daria à luz um menino.
Joquebede não era rica, não era juíza, não era bonita e tampouco era da realeza. Era uma simples mulher comum, uma escrava hebreia, que usou de sua fé e criatividade para encontrar uma saída para preservar a vida de seu filho.
Ela manteve o bebê consigo por três meses, às escondidas, procurando fazer barulho quando ele chorava e pedindo ajuda para sua filha Miriã, para que tocasse um instrumento que também disfarçasse, perante as autoridades, os sons do bebê.
Mas Joquebede não podia ir contra a lei pecaminosa do faraó, já que a própria religião estava de acordo com tal mandamento. Como está na Bíblia: “Obedeçam às autoridades, todos vocês. Pois nenhuma autoridade existe sem a permissão de Deus, e as que existem foram colocadas nos seus lugares por ele”.
Ela já não tinha mais como controlar o seu filho crescendo e balbuciando e precisava tomar uma atitude.
E, mais uma vez, sua criatividade floresceu. Impulsionada por aquele amor sublime e sem fronteiras, Joquebede lembrou-se de que o faraó tinha uma filha, que tinha o costume de se banhar no Rio Nilo.
—Joquebede confeccionou um cesto que daria o suporte necessário para que o bebê não afundasse. No dia e horário em que a filha do faraó estivesse tomando banho no Nilo, o cesto, com o bebê dentro, apareceria em frente à moça.
E assim foi.
Agora, caberia a Deus o destino da criança.
A filha do faraó, ao se deparar com aquele pequeno e lindo bebê, não teve dúvidas: ele seria seu. Ela adotou a criança com todo o amor e carinho, mas faltava uma coisa para que o bebê pudesse crescer forte e saudável: alguém precisava amamentá-lo e ela não tinha leite para oferecer…
Miriã, que estava por perto, observando se o plano de sua mãe iria funcionar como o planejado, sugeriu à moça que contratasse Joquebede como ama de leite do bebê.
A filha do faraó não pensou duas vezes e aceitou, dando um salário para a salvadora do seu mais novo filho.
O bebê recebeu de sua mãe adotiva o nome de Moisés, “aquele que foi retirado das águas”.
Moisés chegou ao mundo para ficar. Libertou o seu povo hebraico do Egito, foi juiz, um grande profeta e líder religioso.
Mas tudo isso não teria sido possível sem o gesto das duas mulheres. De Joquebede, que batalhou para que o seu filho vivesse, mesmo que isso a impedisse de ficar perto dele. E da filha do faraó, que, atendendo aos seus instintos de mulher e de mãe, acolheu o bebê e o chamou de seu.
Ambas são mães, uma biológica e outra adotiva. Ambas têm em sua alma a pureza e a fortaleza necessárias para a mais bela das missões. Ambas são objeto da minha mais profunda admiração.
Joquebede significa “O Senhor é a glória. Jeová é a glória”. Mãe! São três letras apenas as desse nome bendito. “Três letrinhas, nada mais… E nelas cabe o Infinito” (Mário Quintana)
(*)Luzedna Glece – Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.