Coluna Educação com Luzedna Glece(*) – 18.06.2023 – Fenômeno bullying na escola

Por Sinara Leroy

Coordenadora Colégio Avançar. Mestre em Administração, Graduada em Pedagogia, Bacharela em Administração. Especialista em Educação a Distância e Mestre em Administração. Experiência Profissional na Gestão e Coordenação do Núcleo de Educação a Distância e Processos Educacionais no Sistema FIEMG.

Fenômeno bullying na escola

As diferentes manifestações de violência urbana têm importância crescente na sociedade brasileira. Por se caracterizarem como um fato social que abrange a sociedade como um todo, acaba por atingir também o espaço escolar e se expressando no seu cotidiano por meio de preconceitos, intolerâncias, dentre outras expressões. A violência escolar, nas últimas décadas, passa por crescente dimensão em todas as sociedades. O que a torna o assunto preocupante é a grande incidência de sua manifestação em todos os níveis de escolaridade.

Há muito tempo, o bullying é um tema muito discutido em vários países, entretanto, no Brasil, é mais recente, requerendo esforços para que se possa compreendê-lo e propor intervenções mais articuladas com a realidade local. Apesar da dimensão e das consequências, este problema tem sido socialmente negligenciado, já que muitos adultos o consideram inevitável na vida escolar e por vezes, encarado como algo que faz parte da iniciação à vida adulta. A intimidação e a vitimização são processos de grande complexidade que se produzem no “ponto chave” das relações sociais e repetidamente no meio escolar, podendo progressivamente agravar o problema com severas repercussões a médio e longo prazos para os envolvidos. Por ter atitudes agressivas, intencionais e repetitivas adotadas por uma ou mais pessoas contra outra – que acontecem sem motivação evidente, causando dor e angústia, o bullying, quando executado na escola, pode acarretar às vítimas problemas comportamentais e emocionais, destacando-se o estresse, a diminuição ou perda da autoestima, a ansiedade, depressão e o comprometimento da aprendizagem.

Além disso, os danos físicos, morais e materiais, os insultos, os apelidos cruéis, as gozações que magoam profundamente, as ameaças, as acusações injustas e a atuação de grupos hostilizam a vida de muitos alunos, levando-os à exclusão por não se enquadrarem em determinado padrão físico, comportamental ou ideológico. Ou, sob o prisma inverso, o bullying traz à tona a dificuldade do sujeito, ou de seu grupo, de se relacionar e conviver com valores e características pessoais diferentes das suas, configurando desacatos.

Nestes casos, sugere-se que educadores promovam uma orientação a partir da conscientização e da discussão a respeito do assunto, atentando para o fato de que nem toda discussão pode ser rotulada como violência. O conflito saudável e a troca de ideias diferentes são extremamente positivos e necessários ao aprendizado. Desta forma, a prioridade seria avaliar se esses apelidos são maldosos, irreais ou pesarosos para os jovens e adolescentes.

Esse é um trabalho da família, sim, mas também papel importantíssimo da escola e dos educadores, que precisam desenvolver atividades baseadas na cooperação, iniciativa e criatividade. Contudo, em caso de ocorrência, as medidas punitivas precisam acontecer para que no futuro as consequências não sejam desastrosas. O bullying é um comportamento adquirido, então, pode ser precavido e mudado.

Acredito que o amor, o respeito e a compreensão são capazes de transformar o mundo e as pessoas, vamos sempre nos colocar no lugar do outro!

 

(*)Luzedna Glece

Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.

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