No SobreVivências de hoje, apresento a história de uma “menina mulher” jovem, alegre, engraçada, cheia de vida, Júnia Pinheiro tem a sua mãe como principal referência. Júnia nasceu e vive em Contagem, é gestora pública e empreendedora. Apaixonada pela cidade, sempre participou de iniciativas que tem o objetivo de fortalecer a comunidade e as pessoas.
Qual foi o maior desafio que enfrentou e como o superou?
Meu divórcio aos 29 anos foi profundamente desafiador. Me vi diante da necessidade de me reinventar completamente – não apenas como pessoa, mas também como mãe e mulher.
Foi nesse cenário de caos e incerteza que comecei a despertar o melhor de mim. Concentrei-me na superação e no desenvolvimento pessoal. Envolvi-me em novos projetos que refletissem minha verdadeira paixão, busquei aprendizado e, mais importante, dediquei meu tempo e amor à minha pequena grande filha Helena. Além disso, comecei a praticar a gratidão de forma consciente. Cada passo que dei nessa jornada de superação me conduziu a um lugar de autoconhecimento e empoderamento, e sou grata por isso.
Em algum momento, você se sentiu desmotivada ou duvidou da sua capacidade de seguir em frente? Como conseguiu retomar a confiança em si mesma?
Em diversos momentos da minha jornada, senti-me desmotivada e duvidei da minha capacidade. Especialmente em períodos em que me vi “eu contra o mundo”, enfrentando a dura realidade de ser mãe de uma pequena com apenas um ano e meio, enquanto lidava com um turbilhão de emoções contraditórias. O cenário era desafiador: um estado financeiro comprometido e uma autoestima em frangalhos, estava com depressão pós-parto, 30 quilos acima do peso e em pedaços. Entretanto, a verdade é que, muitas vezes, não sabemos a força que realmente possuímos até que nos vejamos em situações extremas. Quando todas as opções parecem esgotadas, e a única saída é encontrar a força dentro de nós, algo surpreendente acontece. Foi nesse momento de desespero que comecei a descobrir minha resiliência e que deixando a humildade de lado (risos), eu sou uma potência e uma mulher “f*d@”.
Decidi que não poderia me deixar vencer. Comecei a me cercar de pequenas vitórias diárias, estabelecendo metas que fossem alcançáveis e me surpreendendo por cada avanço. Além disso, busquei apoio em amigos e familiares, que se tornaram uma rede de suporte essencial. Conversar sobre minhas dificuldades e ouvir suas perspectivas me ajudou a ver que não estava sozinha nessa luta. E uma conquista absurda: conseguir vencer a dependência dos remédios e parei de ter crise de pânico.
Qual a maior lição que aprendeu com os momentos difíceis?
Tudo, absolutamente tudo, é passageiro, tanto as alegrias quanto as dores. Isso me ensinou a valorizar cada momento, buscando serenidade e confiança em Deus para enfrentar os desafios. Evito reações impulsivas, focando no que posso controlar e deixando fluir o que está além de mim.
Teve alguma inspiração que a ajudou a enfrentar desafios?
Minha maior inspiração é, sem dúvida, minha amada mãe, que enfrentou muitos desafios, especialmente após a morte do meu pai. Ela sempre foi meu apoio, ensinando-me resiliência. Além dela, tenho a sorte de contar com grandes amigas, irmãs na jornada da vida.
Se pudesse voltar no tempo e conversar com a versão mais jovem de si mesma, no início da sua jornada, o que diria sobre superação e resiliência?
Diria que a vida é cheia de altos e baixos, e que cada desafio é uma oportunidade de aprender e crescer. Eu a encorajaria a não ter medo de errar, porque os erros fazem parte do processo de superação e são fundamentais para o desenvolvimento pessoal. Eu também falaria sobre a importância de ser gentil consigo mesma.