Por Luzedna Glece(*)
Férias escolares: tempo de brincar, criar e se conectar, longe das telas
As férias escolares che-garam, e com elas o desafio para muitos pais: como conciliar trabalho, rotina doméstica e o cuidado com os filhos em casa? Para grande parte das famílias, a solução mais rápida acaba sendo recorrer às telas, como celulares, tablets e videogames, que viram as “babás digitais” do recesso.
Mas será que essa é a melhor escolha? Especialistas do Centro Universi-tário Internacional UNINTER alertam que as férias podem e devem ser uma oportunidade única para o desenvolvimento integral das crianças, longe do excesso de tecnologia.
Sheron Mendes, bióloga, especialista em Neuro-ciência do Comportamento e professora de pós-graduação em Educação na UNINTER, explica que a infância não deve ser terceirizada às telas. Estudos mostram que a hiperexposição digital está ligada ao aumento de sintomas como depressão, ansiedade, insatisfação e menor resiliência emocional.
Para Sheron, o cérebro infantil precisa de desafios reais: subir em árvores, explorar parques, aproveitar tardes de sol ao ar livre, fazer trilhas ou brincar livremente em casa. Atividades que envolvem movimento, socialização e criatividade estimulam funções executivas, como memória de trabalho, autocontrole e flexibilidade cognitiva, essenciais para o desenvolvimento emocional e intelectual.
Já Edna Gambôa Chimenes, graduada em Letras, Pedagogia e Tecnologia em Comunicação Institucional, mestre em Estudos de Linguagens e tutora de pós-graduação na área de Comunicação da UNINTER, defende que as férias são o momento ideal para resgatar brincadeiras antigas, fortalecer laços e esti-mular a imaginação. Mímica, telefone sem fio, jogos de tabuleiro, além de atividades manuais, como criar instrumentos musicais com materiais recicláveis ou montar peças de teatro, são alternativas divertidas e enriquecedoras. Segundo Edna, essas atividades promovem expressão emocional, criatividade e aprendizado de forma lúdica e afetiva.
Para as especialistas, as férias vão muito além de descanso. São uma chance para a criança desenvolver autonomia, criatividade e habilidades sociais, além de construir memórias afetivas que vão acompanhar toda a vida. Mais do que limitar o uso das telas, é fundamental oferecer experiências reais, significativas e que fortaleçam os vínculos familiares. “Antes de entregar o celular ou ligar a TV, vale perguntar: que memórias desejo que meu filho leve destas férias?”, provoca Sheron.
“As férias são uma chance única de conexão verdadeira. Mais do que uma pausa nos estudos, é um tempo de crescimento, alegria e fortalecimento dos laços familiares”, complementa Edna.
Sobre a Colunista
(*)Luzedna Glece é diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.