COLUNA EDUCAÇÃO – 20.10.2024 – ‘Outubro Rosa’ nas escolas, precisamos falar

Outubro é conhecido mundialmente como o mês para campanhas de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. Uma temática importante para as mulheres, mas pouco vemos a abordagem do Outubro Rosa nas escolas.

Em Goiás, por exemplo, recentemente foi aprovada uma lei que estende a campanha do Outubro Rosa nas escolas da Rede Pública Estadual (“Art 2º A – Fica instituída a “Campanha Outubro Rosa na Escola”, que tem como objetivo divulgar e incentivar a prevenção do câncer de mama entre a população feminina, de maneira que as meninas e adolescentes, alunas da rede pública estadual, incentivem familiares a realizarem os exames preventivos”.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que cerca de 66.000 mulheres desenvolverão câncer de mama a cada ano entre 2020 e 2022. O mesmo instituto estima ainda que essa seja a segunda maior causa de mortalidade entre as pacientes.

Apesar de ser um assunto delicado, muitos defendem a necessidade de ser falado em sala de aula, ajudando alunos e professores a se conscientizarem, a compreenderem e acompanharem amigos e familiares.

Vale, portanto, uma reflexão: quantas crianças e adolescentes estão passando por isso entre seus familiares, mas não sabem lidar? Ou ainda, quantas delas poderiam ter ajudado sobre a prevenção para suas parentes mais próximas se tivessem aprendido ainda cedo?

Infelizmente, essa pode ser a realidade de muitas crianças e adolescentes. E a escola, enquanto um espaço de acolhimento e educação, deve e precisa promover mais campanhas de conscientização, de forma que incentive seus familiares a também participarem.

Assim, observa-se a importância da campanha dentro e fora da escola, como forma de ajudar alunos e professores não apenas a proteger suas famílias, mas também suas próprias vidas.

Sugestões de atividades

Primeiramente, as escolas devem realizar programas especiais para informar aos alunos sobre como as taxas de sobrevivência aumentam por meio da detecção precoce. Para isso, podem ser utilizados cartazes e folders para distribuição. Além de usar totens por todo o espaço escolar.

Além disso, é possível realizar algumas atividades didáticas, de acordo com as matérias do currículo escolar. Veja a seguir:

– Em Artes: Peça que os alunos produzam as fitas rosas para que possam usar durante o mês. E ainda, realize atividades que seja preciso a produção de cartazes como os dados, diagnóstico e muito mais;

– Na Redação: Incentive seus alunos a produzir uma redação com a temática do Outubro Rosa, ao longo do mês você pode ir apresentando pesquisas e informações que possam enriquecer a produção textual deles;

– Na Educação Física: Crie atividades esportivas para todos os alunos, de forma que estejam relacionadas com a prevenção.

Para além das atividades curriculares, você pode incentivar os alunos a serem solidários com a causa por meio de outros projetos, como levar o material que foi produzido em sala para casa  ou realizar um Bazar Rosa beneficente na escola, e doar lenços para pessoas em quimioterapia.

Por fim, podemos dizer que o Outubro Rosa é uma causa muito importante e é fundamental ter nas escolas, incentivando os alunos a serem agentes ativos de uma campanha que pode salvar a vida de tantas pessoas.

Essa é uma forma de engajar e educar os alunos numa causa importante, não só no currículo escolar, mas também por meio de projetos sociais.

(*)Luzedna Glece

Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.

Coluna Educação – 13.10.2024 – Outubro mês das crianças e dos mestres

Durante esse mês, o tema inclusão muito tem sido debatido nas escolas, famílias e nos demais âmbitos da sociedade. Orgulhosamente, tenho recebido de várias pessoas seguidoras da coluna, sugestões de temas e a manifestação de entusiasmo sobre esta coluna em um jornal tão respeitado como O FOLHA.
Recebi da senhora Maria Geralda Marques Veríssimo, vereadora da cidade de Piedade dos Gerais e ex-diretora da Escola Estadual Padre Pedro Thysen, um texto escrito por ela sobre o tema inclusão. Afirmo, se tratar de uma profissional séria, ética e preocupada com as questões sociais da sua cidade, do nosso estado e país. Convido a todos a lerem com bastante atenção o texto enviado e formulado de maneira inteligente e perspicaz.

Sobre muros e gente

Por Maria Geralda Marques Veríssimo

“Há alguns dias participei de uma festa beneficente em uma fazenda linda. Algumas coisas chamaram a minha atenção, dentre elas a harmonia entre plantas e pedras. Mas sobre isso falaremos depois. Por agora basta-nos o muro de pedras. Basta-nos pela sua imponência, sua força leve e pela perfeição com que foi construído. Não sei se você já parou para observar um muro de pedras. Como é interessante como cada uma se encaixa, permitindo que a outra, independente da sua forma e do seu tamanho, exerça a sua função para a sustentação do todo.
Ali, na construção do muro, ninguém fala em INCLUIR uma pedra. Não é preciso incluir porque ela nunca foi excluída. Fala-se em encontrar o melhor lugar para que ela faça a diferença, sem chamar a atenção para ela. Não há nenhuma necessidade. Ninguém pára e tira foto da pedra, e sim do muro.
Na construção, o pedreiro simplesmente sente onde a pedra será útil e a encaixa. Simplesmente a encaixa. Sem pretensão de torná-la melhor. Ela já é boa do jeito que é. Só precisa de ser vista e inserida. Mas ele, o pedreiro, só faz isso com perfeição porque se preparou para a construção.
É preciso preparar-se.
Percebe?
Incluir pessoas não é tão diferente.
É preciso preparo e aceitação. Principalmente dos PRE conceitos (reforço da ideia) mais íntimos. É preciso de disponibilidade para despir-se das vaidades, dos “acertísmos” e estar pronto para aprender.
Milagres podem até existir, mas é preciso querer que eles aconteçam e ESTAR PRONTO para quando aconteceram saber o que se faz com eles.
A pedra, aquela do muro, era só a pedra. Pesada. A que faz tropeçar. A que fica no meio do caminho…
O pedreiro… Ah, o pedreiro…”

 

Concluindo temporariamente o assunto sobre inclusão, reforço que apesar de muito termos avançado sobre a importância do INCLUIR, ainda muito temos que avançar. Ações governamentais tornam-se extremamente necessárias para um crescimento maior. Talvez o grande segredo da inclusão é respeitar o que cada um traz de positivo para a construção de algo maior (o muro). Que jamais ressaltemos em nossas crianças e adultos, aquilo que os fazem sentir menos capazes, ou sem um lugar a ocupar (a pedra). Enfim, o padrão que se deseja para inserir as crianças com dificuldades e/ou distúrbios nos ambientes escolares e na sociedade de forma geral, vem evoluindo com muita luta e trabalho de pessoas estudiosas e humanas, que objetivam trazer a dignidade para essas pessoas que clamam pelo seu espaço nessa sociedade tão egoísta e pouco preparada para a diversidade.
Faça a sua parte! Entusiasme seus companheiros a fazerem o mesmo! Façamos juntos a diferença na vida dessas famílias.

(*)Luzedna Glece

Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.

COLUNA EDUCAÇÃO – 06.10.2024 – Eleições 2024 no Ensino Médio

Por FABRÍCIO ENDRIGO NEVES DE SOUZA – Professor de História/Sociologia. O texto faz parte do Projeto Pedagógico ELEIÇOES 2024 desenvolvido no Colégio Avançar com alunos do Ensino Médio

A escola tem como missão garantir o alto desempenho dos alunos, promovendo atendimento pedagógico, respeitando as etapas de desenvolvimento e garantindo assim responsabilidade pela própria aprendizagem e compromisso social. Nosso compromisso maior e de transformar nossos alunos em pessoas capazes de enfrentar os desafios do futuro.

As eleições 2024 representam o maior ato da democracia, em que a população elege seus representantes por meio do voto, exercendo a sua cidadania e a participação na política nacional. Neste ano, serão eleitos Prefeitos e Vereadores para atuarem nos poderes Executivo e Legislativo do país, assistidos pelo Poder Judiciário.

As eleições 2024 acontecerão no dia 6 de outubro (primeiro turno) e no dia 3 de novembro, caso haja segundo turno. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, serão mais de 156 milhões de eleitores aptos este ano.

O processo eleitoral é fundamental para aperfeiçoar a democracia em nosso país, além de ser um meio de exercício da cidadania. E a escola tem um papel importante no desenvolvimento da consciência dos alunos a esse respeito.

O ambiente escolar proporciona a crianças e jovens a vivência coletiva, desenvolve a socialização e experiências de cidadania e possibilita a convivência e o respeito às diferenças. Essas vivências escolares contribuem também com as noções de solidariedade e justiça, essenciais para a formação de um sujeito crítico diante da realidade, atuante em nossa sociedade.

Trabalhar as eleições 2024 com os alunos é uma oportunidade de discutir sobre a importância da democracia, do processo eleitoral e da participação na vida política para construção do país que desejamos. Dessa forma, promove a conscientização sobre o poder da escolha e como ela impacta a nossa realidade, tornando os alunos mais críticos na tomada de decisão e formando cidadãos.

Embora a idade mínima para votar, no Brasil, seja 16 anos, a formação da cidadania começa já na Educação Infantil. Para os alunos do Ensino Médio, é ainda mais importante trabalhar as eleições 2024, visto que jovens a partir de 16 anos são aptos a votar. Ensinar sobre a importância das eleições 2024 é parte de uma formação integral, que além de ensinar sobre as áreas do conhecimento, forma cidadãos conscientes dos direitos humanos e princípios democráticos, aptos e construir e realizar seu projeto de vida, em consonância com os princípios da justiça, da ética e da cidadania (BNCC, 2018,471).

(*)Luzedna Glece

Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.

COLUNA EDUCAÇÃO – 22.09.2024 – Desatenção na sala de aula: uma solução para este problema constante

Por LUCIANE PIRES – Psicóloga clínica há 30 anos e tem como segunda formação a pedagogia. Autora do livro “Tenho Um Lugar Para Você”.

Ao longo de três décadas de trabalho com desenvolvimento humano, tanto na área da psicologia, quanto na pedagogia uma questão sempre foi muito presente tanto no consultório clínico quanto no espaço escolar: a falta de atenção. Os problemas de desatenção desviam o foco, reduzindo a capacidade de aprender e de estar no agora.

A desatenção pode ser observada num grau menor, como uma mera distração, mas pode chegar a um quadro de maiores consequências, como um distúrbio que interfere na qualidade de vida. Diante disso, pergunto: para onde olha a desatenção? Pois, se o foco não está naquilo que devemos nos concentrar, há algo que está consumindo a capacidade atentiva das crianças.

Nas escolas, são frequentes os relatos dos professores sobre os olhares dos estudantes que, por vezes, “se perdem”, diante das explicações. Os olhares que parecem “atravessar” o professor, direcionados para algo que não está ali em evidência, intriga educadores atuando em variados níveis de ensino.

Sem entrar no mérito da motivação do estudante ou do aspecto didático de quem ensina, apresento uma reflexão sobre o aspecto relacional sistêmico desta criança. Inconscientemente, ela talvez esteja olhando para questões pendentes do seu “eu interior”. Com isso, não há problema de desatenção, mas sim uma mudança de foco para onde a atenção dela olha.

Parafraseando Alicia Fernadez, o ato de aprender exige uma abertura para novas ideias. Entendo que isso revela a necessidade de disponibilidade interna para estar atento para o novo que vem. Quando o aluno não está disponível para o novo, isso significa que ele ainda está olhando para algo do velho que ainda não foi entendido e esta pendência precisa de resolução.

Existem certos movimentos que acontecem na dinâmica familiar regidos por ordens que precisam ser respeitadas para o bom funcionamento do todo. Se alguma “peça” falta ou está fora de lugar, o sistema em desajuste, busca a volta ao equilíbrio. Do ponto de vista das relações sistêmicas, que as constelações familiares trazem no seu escopo filosófico, a desatenção revela algo que está no nível não consciente e precisa ser visto e incluído.

Para explicar melhor essa situação, ilustro com um exemplo que aconteceu com minha família e virou o tema do meu livro “Tenho Um Lugar Para Você”.  Ainda como aluna do curso em constelação familiar, levei o tema da desatenção vivida por meu filho na escola. O campo da constelação mostrou o movimento inconsciente dele de olhar para o irmão que morreu cedo.

Desde a revelação da história, já que ele não sabia da existência desse irmão, houve uma mudança completa de comportamento. Ele ficou mais falante, atento e alegre. Uma situação inesperada e inusitada para meu filho que nasceu muitos anos depois da morte desse irmão.

O fato é que isso estava interferindo em sua qualidade de atenção na escola, a ponto de retraimento e negação para participar das atividades em grupo. Olhar desta forma para os problemas de atenção não exclui a possibilidade de uma dificuldade neuroquímica que está presente em tantas crianças, jovens e adultos. É antes, um convite a considerar que existem várias possibilidades diante de um problema.

A abertura para uma visão sistêmica da vida, nos auxilia a ter mais leveza, alegria e consciência quando entendemos nosso lugar no mundo e a necessidade de uma postura, ou seja, uma forma de estar e viver que considera o todo e meu papel para o desenvolvimento harmônico do sistema. A nossa atenção pode estar voltada para questões que envolvem nosso primeiro círculo social que é a família.

Assim, considerar a história dos estudantes e ter uma postura que releva as questões de ordem sistêmica no processo de aprendizagem pode contribuir sobremaneira para ampliarmos o nosso olhar para as relações das pessoas na vida e nos seus processos de aprender e se desenvolver na vida. Este é, sem dúvidas, um caminho humanizado e integral para lidar com o desafio da desatenção na sala de aula.

(*)Luzedna Glece

Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.

COLUNA EDUCAÇÃO – 15.09.2024 – Importância da educação financeira nas escolas?

A importância da educação financeira nas escolas é um tema que vem sendo bastante discutido nos últimos anos após ser definida como obrigatória no currículo escolar pela Base Nacional Comum Curricular em 2020. Afinal, todos teremos que lidar com dinheiro em algum momento e quanto antes aprendermos a gerenciá-lo, mais saudável será a relação com ele.

O que é educação financeira?

A educação financeira ensina as pessoas a administrarem suas finanças, consumir conscientemente, prevenir fraudes, fazer a gestão de dívidas, reduzir a inadimplência, melhorar a qualidade de vida, alcançar metas e muito mais.

O objetivo da educação financeira é permitir que as pessoas mantenham uma relação saudável com seu dinheiro e tomem decisões mais conscientes e assertivas ao longo da vida.

Por que abordar a educação financeira nas escolas?

Entender como o dinheiro funciona e como gerenciá-lo são questões muito importantes para a sociedade em que vivemos. Por isso, especialistas recomendam que o aprendizado sobre como usar o dinheiro comece já na infância. Indivíduos que desenvolvem uma relação saudável com o dinheiro desde criança conseguem administrá-lo com mais inteligência, sabem como manter o controle dos gastos, além da importância de poupar e de planejar seu financeiro, para realizar seus sonhos e conquistar uma vida mais confortável. Confira alguns benefícios:

– Estabelecer e realizar metas

– Planejar o futuro com mais tranquilidade

– Fazer escolhas responsáveis

– Controlar gastos

– Não acumular dívidas

–  Ter um orçamento previsível

– Realizar sonhos

A educação financeira é uma maneira eficiente de garantir qualidade de vida tanto para o presente quanto para o futuro. Isso porque as dívidas, a falta de dinheiro e a imprevisibilidade financeira estão entre as maiores causas de adoecimento e mal-estar mental da população.

Como abordar a educação financeira na escola

Precisamos falar sobre dinheiro, respeitando a linguagem de cada faixa etária, claro, mas é um assunto que deve estar presente desde os primeiros anos de vida. O resultado de abordar a educação financeira na escola desde o ensino infantil é que crianças e adolescentes serão capazes de tomar decisões financeiras muito mais acertadas, possibilitando realizar seus sonhos a curto, médio e longo prazo.

É na escola que os estudantes aprendem a teoria, mas é dentro de caso que poderão vivenciar como a sua família lida com dinheiro, dívidas, consumo e investimentos.

Dessa forma, é preciso que os familiares também procurem aprender e tenham interesse nesse tema, pois o comportamento financeiro dos responsáveis molda a visão financeira que esses jovens terão.

A importância da família no processo de aprendizagem do aluno

Contudo, promover a educação financeira nas escolas inclui muitos desafios, como a formação de professores sobre o assunto, materiais didáticos adequados e preparação de aulas que se adaptem às diversas faixas etárias.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece ainda que o tema seja abordado de forma multidisciplinar, não se restringindo à matemática, mas combinada a questões sociais, políticas, culturais, ambientais e psicológicas, entre outras, podendo ser trabalhada em diferentes áreas. Confira nossas dicas de temas para abordar a educação financeira em diversas disciplinas:

– Impactos sociais do dinheiro

– Mudanças de moeda oficial

– Efeitos da inflação em cada modelo de governo

– Finanças pessoais

– Como economizar dinheiro para realizar um sonho

– Relação entre consumo e controle de gastos

–  Como o consumo irresponsável afeta o planeta

– Poder de compra em diferentes países

– Desigualdade social causada pela má distribuição de renda

– Leitura de gráficos e conceitos como inflação, taxa de juros, impostos

Quanto mais concreto e próximo à realidade dos estudantes for o conteúdo, mais conhecimentos sobre o tema será absorvido.

Aprender sobre educação financeira é tão importante quanto aprender sobre conteúdos tradicionais. Afinal, esses conhecimentos serão usados durante toda a vida do indivíduo e, com consciência financeira, ele poderá contribuir positivamente para o crescimento socioeconômico da população.

(*)Luzedna Glece

Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.

COLUNA EDUCAÇÃO – 08.09.2024 – Inteligência artificial

O tema dessa semana é INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL! Tema muito estudado por todos os segmentos sociais! Divido com vocês um texto de Carlota Boto, que achei muito interessante. Vamos juntos colher opiniões e conteúdos sobre esse polêmico tema. Abaixo, segue o conteúdo da educadora.

Uso de IA nas escolas automatiza aprendizagem e impede a liberdade criativa dos alunos

Por Carlota Boto – Jornal da USP

A especialista explica que é terminantemente contra a implementação desse projeto e afirma que não observa benefícios no uso das inteligências artificiais no ensino público. Ela conta que essas ferramentas podem causar um efeito negativo no aprendizado dos estudantes, já que, muitas vezes, elas não articulam os dados de maneira coerente e podem divulgar inclusive informações equivocadas sem a devida checagem.

Segundo a diretora, cada disciplina do ensino básico possui um modo de existir que corresponde a um acervo cultural historicamente acumulado e essa lógica, que é intrínseca à construção da disciplina, constitui um corpo que não será redesenhado pela tecnologia artificial. Por isso, segundo ela, a produção de aulas precisa ser realizada por pessoas físicas e, de preferência, por professores.

“A rede de ensino deve ter um currículo, mas a organização de cada aula é tarefa do professor. Para isso, deve haver investimento na formação desse profissional e ele precisa ser bem pago, porque é dele a tarefa de transformação do currículo na proposição didática de uma aula”, conta.

Processo automatizado

De acordo com Carlota, o uso das ferramentas de IA nas aulas pode automatizar o ensino e desconsiderar os processos críticos e criativos envolvidos na aprendizagem, tanto do professor quanto do estudante. Ela reforça a importância da construção de um currículo que permita o processo de debates e diálogos dentro das salas de aula, a fim de que a formação do jovem seja acrescida da possibilidade de analisar e construir pensamentos críticos sobre variados assuntos.

“É preciso ter cautela para que essa inteligência artificial não se transforme em um Oráculo de Delfos, através do qual você busca irracionalmente qualquer conteúdo como se esse conteúdo não fosse passível de ser criticado, revisto e refutado. É preciso que haja muita precaução, porque a aula é algo sério e que precisa ser preparada por um professor”, discorre.

Como explica, a escola moderna foi firmada e se estruturou no Ocidente a partir da expansão da cultura letrada e da tipografia, acompanhadas do surgimento dos livros. Ela afirma que esse modelo de escola precisa ser preservado a partir do momento em que é parcialmente substituído pela cultura digital. “É preciso que essa análise seja feita nas universidades e redes públicas com os professores em sala de aula dialogando e estabelecendo critérios para confluir essa transposição didática dos conteúdos digitais para a ação docente. Isso é uma coisa que só os professores podem fazer, não vir da Secretaria de Educação e muito menos ser um decalque da inteligência artificial”.

Emprego dos professores

Conforme a diretora, o uso das inteligências artificiais, assim como em várias outras profissões, pode representar um risco grave aos professores, os quais podem se tornar figuras descartáveis nas escolas, caso comecem a surgir demissões e afastamento de profissionais de suas funções. Ela, contudo, reforça que todas as novas tecnologias podem ser úteis, desde que sejam usadas conscientemente e aliadas ao trabalho dos professores.

Carlota diz que a escola moderna surgiu com a cultura impressa, que foi responsável pela construção de um acervo cultural que a escola transmite desde o século 16. Ela esclarece que os profissionais da educação precisam se valer da educação digital de uma maneira criativa e organizada para não se distanciar dos benefícios que a cultura impressa trouxe. “Não adianta pensar em alfabetizar uma criança via computador se não alfabetizarmos essa criança no caderno, se não alfabetizamos essa criança com a ajuda do livro. Então, a cultura digital pode ser uma aliada, mas ela precisa ser uma aliada inteligente”, aponta.

(*)Luzedna Glece

Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.

COLUNA EDUCAÇÃO – 01.09.2024 – Como identificar atraso no desenvolvimento do meu filho?

“Atraso motor, de fala e ausência de habilidades sociais são sinais de que a criança pode ter algum comprometimento neurológico”

Uma criança que vive com vários “roxos” espalhados pelo corpo e tem comportamentos como esbarrar nos móveis da casa e não andar corretamente requer maior atenção dos pais. Essas situações podem refletir um atraso motor relacionado a uma condição neurológica do pequeno, principalmente se também houver dificuldade de fala e de habilidade social. Uma dúvida que surge para muitos pais é sobre como identificar que o filho está “atrasado”?

Existem prazos para que bebês e crianças desenvolvam determinadas habilidades, como falar, andar, sentar, alcançar maior coordenação motora e habilidade social. O neurocirurgião pediátrico Dr. Alexandre Canheu explica que os limites variam.

“Há uma média de tempo estabelecida para cada situação, os pais devem estar atentos e acompanhar de perto para que caso o limite seja extrapolado, levem o filho a um médico. Existem condições que um bebê pode já nascer com elas e afetam diretamente o desenvolvimento neurológico, um exemplo disso é a cranioestenose, uma malformação no crânio que promove o fechamento das suturas de forma precoce, isso faz com que o cérebro do pequeno não tenha espaço para se desenvolver, e o ideal é que o problema seja identificado o quanto antes para que a cirurgia, neste caso, seja feita antes do 6 meses de vida e não deixar sequelas irreparáveis”.

Neste ano uma cartilha com os principais marcos do desenvolvimento infantil desenvolvida pela Centers of Disease Control and Prevention foi traduzida pela Sociedade Brasileira de Pediatria em parceria com a Sociedade Paraibana de Pediatria (SPP). O documento prevê que aos dois meses bebê deve manter a cabeça erguida enquanto fica de bruços, reagir a sons altos e mover os dois braços e pernas. Aos nove meses, ele deve olhar quando é chamado pelo nome e levantar os braços para ser pego. Aos 15 meses é comum que o pequeno comece a dizer uma ou duas outras palavras além de “mama” (mãe) e “auau” (cachorro), por exemplo, e dar alguns passos. Aos 30 meses a criança fala cerca de 50 palavras, brinca com outras crianças ou ao lado delas. Já aos 3 anos, o pequeno consegue falar de forma suficiente para que os outros entendam, e desenha é capaz de desenhar círculos quando é pedido.

As doenças neurológicas afetam o cérebro, a medula espinhal e o sistema nervoso. A causa pode estar relacionada a genética ou problemas no parto, tendo a prematuridade como um dos motivos mais comuns. Em crianças mais velhas, alguns sintomas são: dor nas costas, dor na cabeça, dificuldades para ler. Entre as condições neurológicas que afetam crianças estão: encefalocele, meningocele, lipomas intra raquidianos, hidrocefalia, malformações vasculares no sistema nervoso central.

“O diagnóstico depende muito da causa. É importante avaliar o histórico clínico da criança, ou seja, como foi a gestação e o pós-parto, avaliar quando a criança começou a falar as primeiras palavras e dar os primeiros passos, ou se foram atividades impossíveis de serem realizadas. Exames específicos são solicitados dependendo da situação. Em casos de crianças que já estão na escola, o comportamento dela no ambiente escolar também é levado em conta. Estar atento a qualquer percepção de atraso é fundamental para levar ao pediatra o mais rápido possível e em seguida, caso seja preciso, encaminhar a um especialista”, conclui Canheu.

(*)Luzedna Glece

Diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.