A prefeita Marília Campos assinou, na sexta-feira, dia 17, no auditório da Prefeitura, o decreto de estado de emergência em saúde pública, para fins de prevenção e de enfrentamento à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças. A medida surgiu devido ao aumento significativo nos índices de internações em leitos clínicos, nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica e da lotação nos equipamentos de saúde nos últimos meses.
O decreto possibilita prover de maneira mais urgente e eficaz as unidades assistenciais com recursos humanos, insumos, medicamentos, apoio diagnóstico e equipamentos necessários aos atendimentos. Segundo a prefeita, o decreto é necessário não só para buscar recursos federais, mas para ajudar na tomada de decisões mais ágeis, garantindo o acesso e o atendimento de qualidade. “Hoje nós gastamos cerca de R$ 1 bilhão no orçamento da saúde e situações como esta não estão previstas nele, são extraordinárias. Neste caso, a previsão é gastar em média R$ 5 milhões. Existe uma portaria do Ministério da Saúde para esta emergência. Não podemos aceitar que isso seja apenas uma responsabilidade do município, por isso, o nosso apelo para que o governo do estado e federal nos auxiliem”, reforçou Marília.
O secretário municipal de Saúde, Fabrício Simões, apresentou os dados epidemiológicos do município e as ações que deverão ser tomadas a partir da publicação do decreto de emergência. “Queremos criar estratégias, com ações antecipadas diante do grave cenário que se apresenta, com bebês e crianças precisando de mais internações devido à SRAG”, disse.
Cenário Epidemiológico
No município de Contagem, em relação à população pediátrica (crianças e adolescentes), de acordo com os dados coletados referentes aos atendimentos nas unidades de urgência e emergência do município, é possível observar um crescimento expressivo do número de atendimentos a partir de fevereiro de 2024. Observa-se aumento de 136,9% no número de atendimentos das UPAs e do Centro Materno Infantil (CMI) de dezembro/23, com 5.094, para abril/24, com 12.068.
De acordo com dados do Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (Nuveh) do CMI, há uma aceleração expressiva no número de casos notificados de Síndrome Gripal (SG) e SRAG registrados nos meses de janeiro e abril de 2024, representando aumento de 347,8% de SG e 320% de SRAG.
Na população geral, até a Semana Epidemiológica (SE) 18/2024 (que terminou no último dia 4 de maio), foram notificados 5.238 casos de Síndrome Gripal (SG) e 350 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com identificação de vírus respiratórios. No mesmo período, foram registrados 14 óbitos por SRAG.
Unidade de Apoio Pediátrico
Para enfrentar o problema, a Unidade de Apoio Pediátrico da Atenção Primária começou a funcionar para receber os pacientes encaminhados pelo Centro Materno Infantil. A unidade funcionará como um ambulatório para desafogar a demanda por atendimento dos usuários classificados como verde e azul, ou seja, de menor gravidade.
Os pacientes atendidos na unidade de apoio já serão encaminhados para a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência, a fim de continuar o tratamento acompanhado pela sua equipe de saúde da família.
A Unidade de Apoio Pediátrico da Atenção Primária está instalada anexa ao CMI, na rua Trajano de Araújo Viana, 102 – Cinco. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. A unidade receberá somente os pacientes encaminhados pelo CMI ou pelas UPAs, não sendo porta aberta.
Ações da Prefeitura
Diante da situação de emergência, a Prefeitura preparou várias ações para o enfrentamento das síndromes gripais nas crianças e adolescentes. Confira:
– Abertura da unidade de apoio pediátrico no CMI.
– Abertura, em breve, de um ambulatório na região do Nacional.
– Organização da agenda dos profissionais da equipe de saúde da família, incluindo pediatras, em caso de aumento da demanda.
– Atendimento em 16 UBSs com horário estendido até as 19h, além das demais com horário normal.
– Ampliação de dez leitos de UTI pediátrica;
– Ampliação de 26 leitos de enfermaria pediátrica.
– Reforço nas UPAs, tanto para atendimento pediátrico quanto para adultos.