Coluna Educação – 30.03.2025 – Família e escola: uma parceria para além da educação

Luzedna Glece(*)

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) estabelece que é dever da família e do Estado garantir a aprendizagem e o desenvolvimento intelectual das crianças. Esse processo começa em casa, com os pais desempenhando um papel crucial na formação dos filhos e, posteriormente, é compartilhado com a escola, que em parceria com a família, prepara os jovens para enfrentar os desafios futuros.
No entanto, é necessário construir um vínculo sólido para que essa união entre escola e família funcione. Os familiares desempenham um papel fundamental ao oferecer apoio emocional e acompanhar o desenvolvimento escolar dos filhos, enquanto isso, a escola deve criar um ambiente acolhedor e enriquecedor, que incentive essa participação. Quando ambas as partes compartilham valores e objetivos, é possível criar uma rede de suporte que contribua para o crescimento intelectual e socioemocional dos alunos.
A relação entre família e escola deve ser construída com base na confiança, no diálogo aberto, na parceria e no respeito mútuo. Esse vínculo é essencial para promover o desenvolvimento integral do aluno e garantir um ambiente educativo harmonioso.
A presença familiar no contexto escolar tem um impacto significativo na motivação, na autoestima, no comportamento e no desempenho acadêmico e socioemocional dos alunos. No entanto, a participação deve ser de qualidade, envolvendo ações como acompanhar o processo educativo, participar de reuniões e eventos e promover coerência entre os valores da escola e da família.
Quando a família não dá continuidade a projetos de formação iniciados pela escola, é essencial intensificar o diálogo para esclarecer a importância do projeto e o papel fundamental do apoio familiar” e sugere identificar as barreiras que dificultam o engajamento e oferecer soluções, como a realização de reuniões online ou horários flexíveis. Essas ações podem facilitar a participação dos responsáveis legais.
Em relação ao papel do professor, ele deve atuar como parceiro e apoiador da família, respeitando seus valores e culturas. A principal responsabilidade do professor é fornecer informações claras e objetivas sobre o progresso educacional e socioemocional do aluno. Quando necessário, ele pode compartilhar estratégias úteis no ambiente familiar, sempre de forma respeitosa e colaborativa.
Além disso, é preciso reforçar a importância de os alunos desenvolverem sua autonomia, independência e autoconfiança ao realizar tarefas, pois isso não apenas fortalece suas habilidades, mas também otimiza o momento em que o apoio dos pais é necessário.
Para estimular ainda mais a participação das famílias em atividades escolares, é recomendado que a escola proponha atividades acessíveis, práticas com objetivos bem definidos, comunicando de forma clara os benefícios desse envolvimento, sendo indispensável a existência do respeito mútuo e um ambiente acolhedor para motivar os responsáveis a contribuírem de maneira ativa no processo de aprendizagem.
Por fim, reforçar a parceria entre escola e família é necessário para oferecer aos jovens uma base sólida que os prepare para os desafios futuros e permita o desenvolvimento pleno de seu potencial. Essa relação precisa ser construída com colaboração e entendimento mútuo, garantindo que ambos trabalhem juntos em prol do sucesso acadêmico e pessoal dos alunos.

Sobre a Colunista

(*)Luzedna Glece é diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.

Coluna Educação – 16.03.2025 – Precisamos combater o bullying nas escolas

Luzedna Glece(*)

Por Lucelmo Lacerda
Doutor em Educação e autor do livro “Crítica à Pseudociência em Educação Especial – Trilhas de uma educação inclusiva baseada em evidências”

Com a passagem do Março Laranja, campanha instituída em diversas cidades do Brasil com o objetivo de prevenir e combater o bullying escolar, temos a oportunidade de falar sobre esse triste dilema. Esse é um tema essencial a ser discutido, pois seus impactos podem ser profundos e duradouros na vida dos estudantes vítimas dessas práticas.
Já foi comprovado que sofrer bullying na infância e adolescência aumenta significativamente a probabilidade de desenvolver de-pressão e ansiedade, além de comprometer o rendimento acadêmico e futuro profissional. Em outras palavras, trata-se de um problema complexo que afeta diretamente o bem-estar psicológico das vítimas.
Para combater efetivamente esses ataques, o primeiro passo é garantir que a comunidade escolar compreenda com clareza o que caracteriza o bullying, facilitando sua identificação e permitindo que medidas adequadas sejam tomadas.
Para quem os alunos devem reportar essas situações? É necessário que exista um canal definido na escola – seja um professor, um coordenador ou a direção – para que os casos sejam comunicados de forma segura e eficaz.
Além disso, é fundamental estabelecer uma hierarquia de consequências. O bullying pode se manifestar de diferentes formas e intensidades: desde comentários pontuais até casos mais graves de preconceito, cyberbullying ou violência física. Cada uma dessas práticas demanda respostas proporcionais, garantindo que as punições sejam justas e educativas.
O engajamento familiar também desempenha um papel crucial nesse processo. As escolas devem promover a participação ativa dos pais, uma vez que a educação sobre valores começa em casa. No entanto, como nem todos os responsáveis cumprem essa função, cabe às instituições trazer o tema para o diálogo com as famílias.
Nesse sentido, a Lei 14.811/2024, que criminaliza o bullying e o cyberbullying no Brasil, surge como um importante aliado, pois responsabiliza as famílias pelos atos de seus filhos e reforça a necessidade de um compromisso coletivo no enfrentamento do problema.
Em resumo, combater o bullying exige mais do que campanhas pontuais: demanda um esforço conjunto entre escolas, famílias e políticas públicas efetivas. Se quisermos construir ambientes escolares verdadeiramente inclusivos e seguros, precisamos transformar o Março Laranja em um ponto de partida para ações concretas durante todo o ano.

Sobre a Colunista

(*)Luzedna Glece é diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.