Coluna Educação – 20.04.2025 – Bilinguismo na infância: quais os impactos no desenvolvimento?

Luzedna Glece(*)

Bilinguismo na infância: quais os impactos no desenvolvimento?

Por Ana Cristina Zanette

Graduada em Letras e especialista em Língua Inglesa. Atua como educadora há quase 40 anos e assina o livro infantojuvenil O adoráaaavel José Carlos

A introdução precoce de crianças a idiomas estrangeiros, como o inglês, tem sido amplamente estudada, revelando benefícios cognitivos e sociais significativos. Pesquisas ao longo dos últimos anos demonstraram que aprender uma segunda língua na infância pode aperfeiçoar habilidades de resolução de problemas, criatividade e flexibilidade mental. Além disso, crianças bilíngues desenvolvem maior sensibilidade cultural e competências comunicativas aprimoradas.

Para que essa aprendizagem seja efetiva, a participação dos pais é essencial no intuito de integrar o novo idioma ao cotidiano da criança de maneira lúdica e natural. Atividades que envolvem músicas, jogos, histórias e filmes em inglês ou outras línguas podem tornar o aprendizado mais envolvente e prazeroso. Por exemplo, cantar canções infantis ou assistir a desenhos animados no idioma alvo são formas eficazes de introduzir novas palavras e expressões.

A afetividade também desempenha um papel importante na aprendizagem de línguas. Um ambiente acolhedor e encorajador, onde a criança se sinta à vontade para experimentar e errar, facilita a internalização do novo idioma. Bem como a consistência e a frequência do convívio com o segundo idioma são determinantes para o progresso da aprendizagem.

Enfim, os pais têm um papel central na introdução de idiomas estrangeiros na vida de seus filhos. Existe lugar mais aconchegante e acolhedor para novos aprendizados a não ser o lar da criança? Pois, ao incorporarem o inglês ou outras línguas de forma divertida e cotidiana, criam-se oportunidades para que as crianças desenvolvam competências linguísticas e culturais desde cedo. Essa abordagem não apenas enriquece o vocabulário dos pequenos, mas também amplia sua visão de mundo, preparando-os para serem reais cidadãos globais.

Sobre a Colunista

(*)Luzedna Glece é diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.

Coluna Educação – 13.04.2025 – Alimentação saudável para crianças precisa ser praticada dentro e fora das escolas

Por Luzedna Glece(*)

Alimentação saudável para crianças precisa ser praticada dentro e fora das escolas

Hábitos saudáveis devem ser introduzidos a partir da parceria entre responsáveis e os profissionais do ambiente escolar. Estudo mostrou que 30% dos meninos e 26,6% das meninas entre 10 e 17 anos estão acima do peso.

A alimentação saudável na infância e na adolescência é um assunto que tem ganhado cada vez mais atenção, pois são nessas fases que os jovens desenvolvem hábitos e costumes. Segundo pesquisa publicada em abril de 2024 pela The Lancet Regional Health – Americas, 26,6% das meninas e 30% dos meninos brasileiros que nasceram entre 2008 e 2014 estão com excesso de peso ou obesidade, o que tem causado preocupação em pais e responsáveis.

Nesse contexto, as escolas cumprem um papel essencial, uma vez que os estudantes passam boa parte do seu tempo em suas instalações. É necessário, portanto, que haja uma parceria entre pais e profissionais do ambiente escolar.

E, para auxiliar nesse processo, é importante ter nutricionistas para dar algumas orientações de como promover essa integração, oferecendo um cardápio saudável e equilibrado, livre de frituras e alimentos processados. A adesão às práticas saudáveis cumpre o papel de auxiliar no desenvolvimento cognitivo dos estudantes.

Um dos desafios apontados por especialistas é a dificuldade dos familiares em estabelecer e manter hábitos saudáveis na rotina de crianças e adolescentes. É essencial que os responsáveis adaptem as receitas, priorizando opções assadas ou cozidas, com menor teor de gordura, açúcar e sódio. Além disso, é importante incluir sucos naturais, frutas variadas e alimentos leves nas lancheiras, garantindo uma alimentação equilibrada e nutritiva no dia a dia.

A escola também deve oferecer opções saudáveis, disponibilizando em suas unidades escolares, lanches equilibrados, que os pais podem contratar conforme a necessidade do estudante. Dessa forma, a lancheira pode ser substituída com segurança.

Neste sentido, o papel da instituição é fundamental não apenas na oferta das refeições, mas também na educação nutricional de toda a comunidade escolar.

Sobre a Colunista

(*)Luzedna Glece é diretora proprietária do Colégio Avançar/CEIAV- CEIAV; Vice-presidente Câmara da Educação Infantil ACIC. Uma das fundadoras do Unidas Transformando Você. Colunista da Educação do Jornal O Folha. Formação: graduada em Pedagogia com licenciatura em Orientação, Supervisão, Séries Iniciais e Administração Escolar; pós-graduada em Psicopedagogia Clínica, Licenciatura em Magistério e Graduação em Neurociência; palestrante de temas voltados às áreas de Educação, Motivação, Relacionamentos Interpessoal e Intrapessoal; estudiosa com trabalhos reconhecidos sobre o tema Bullying; experiências profissionais: professora das séries iniciais e do curso de pedagogia, coordenadora, orientadora, diretora de redes particulares de ensino, supervisora, orientadora diretora regional do Sistema FIEMG.

Coluna Mulher – 13.04.2025 – Reconstruindo Sorrisos e Vidas

Por Viviane França(*)

Reconstruindo Sorrisos e Vidas

Neste mês de abril foi sancionada a Lei nº15.116, que institui o Programa de Reconstrução Dentária para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica, garantindo acesso a tratamento odontológico especializado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Se, por um lado, esta é uma importante conquista, por outro, é também um triste e necessário alerta para nossa sociedade. Afinal, chegamos a um nível em que precisamos remediar, institucionalmente, as consequências brutais da violência contra as mulheres.
A existência dessa lei escancara uma realidade alarmante: as agressões domésticas são tão recorrentes e severas que é preciso criar políticas públicas específicas para lidar com as sequelas físicas e emocionais causadas por esses atos. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2024, mais de 1,2 milhão de mulheres foram vítimas de violência doméstica no país. Em mais de 60% desses casos, os ferimentos concentram-se na face, atingindo diretamente a autoestima e dignidade dessas mulheres.
A violência contra a mulher não deixa apenas cicatrizes físicas visíveis. Suas marcas vão além, afetando profundamente a saúde emocional, psicológica e social das vítimas. Perder dentes, ter o rosto deformado ou sofrer lesões que afetam diretamente o sorriso gera um impacto devastador na autoestima feminina, minando a confiança e dificultando ainda mais a recuperação emocional e social dessas mulheres. Muitas deixam de sorrir, evitam interações sociais, escondem-se por vergonha e medo de julgamentos, reforçando um isolamento social imposto pelo próprio agressor.
A lei chega como um suporte essencial para essas mulheres reconstruírem não só suas arcadas dentárias, mas também suas vidas. O tratamento odontológico pelo SUS incluirá reconstruções, próteses, tratamentos estéticos e ortodônticos, representando uma oportunidade concreta de restaurar não apenas a saúde bucal, mas principalmente a autoestima e a dignidade perdidas com as agressões. Ao recuperar seu sorriso, essas mulheres recebem também uma importante ferramenta para retomarem o controle de suas vidas, resgatando a capacidade de interagir plenamente na sociedade.
Mas é preciso que fique claro que esta legislação, por mais valiosa que seja, trata as consequências, não a causa. É urgente que a sociedade reflita sobre o motivo de termos chegado ao ponto de precisar institucionalizar a reconstrução dos rostos e sorrisos destruídos pela violência doméstica. Precisamos questionar profundamente as estruturas sociais que ainda perpetuam comportamentos violentos e machistas, exigindo mudanças reais que vão muito além do reparo físico das vítimas.
Em Contagem, temos concentrado esforços na ampliação da rede de proteção à mulher. No mês de março, a Prefeita Marília anunciou a criação da Secretaria das Mulheres e Juventudes, importante passo no fortalecimento das políticas públicas para a mulher. O Programa Elo por Elas segue essa diretriz e, atualmente, é levado às igrejas evangélicas, locais onde identificamos altos índices de violência de gênero. Devido à capilaridade dessas instituições religiosas e à sua capacidade de alcançar diretamente as mulheres, o programa representa um braço fundamental na luta contra a violência.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, reforça que a implementação dessa política é parte do compromisso do governo em garantir dignidade e segurança às vítimas. Contudo, é igualmente importante reconhecer que enfrentar a violência doméstica requer esforço coletivo, mobilização social, conscientização e educação, para que não tenhamos que continuar remediando situações absurdas e desumanas como estas.
Essa nova lei deve servir como um poderoso lembrete diário para que nossa sociedade não normalize a violência contra as mulheres. É essencial mantermos aceso o debate sobre a responsabilidade coletiva que temos em romper esse ciclo perverso de agressões. Assim, quem sabe, no futuro, não precisaremos mais de leis para reconstruir o que jamais deveria ter sido destruído.

*VIVIANE FRANÇA é Mulher, Advogada, Pesquisadora, Mestre em Direito Público, Especialista em Ciências Penais, autora do livro Democracia Participativa e Planejamento Estatal: o exemplo do plano plurianual no município de Contagem. Secretária de Defesa Social de Contagem/MG, Sócia do França e Grossi Advogados.